quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Fatores que influenciam nas propriedades dos sedimentos

O canal fluvial, segundo Selley (1985) é caracterizado por correntes variáveis com energia variando de alta a baixa e transporte de sedimentos por suspensão, saltação e rolamento nos leitos dos canais com presença de cascalho, areia e lama, com variáveis graus de arredondamento e seleção dos grãos, podendo observar estratificação cruzada e gradacional, marcas de correntes, imbricamentos e estruturas de barreiras de clastos.


Segundo Suguio (2003) as propriedades texturais - granulométricas e composicionais dos sedimentos fluviais - dependem das condições climáticas, da intensidade de tectonismo, dos tipos de detritos supridos ao canal e da topografia e condicionam o volume de material suprido da área-fonte e os locais de transporte e sedimentação.

Diagrama Representativo da Influência da Velocidade e tamanho das particulas não Momento de sedimentação e tranporte. Fonte: www.cientic.com



De acordo com Suguio (2003), os sedimentos fluviais podem ser divididos em dois grupos 
principais: (a) carga de fundo, que é o material que é transportado por arrastamento ou saltação, em contato frequente com o leito, e (b) carga em suspensão, que é a carga mais leve, que se mantem em constante flutuação na água, sem contato com o leito. O mesmo autor também declara que “as propriedades texturais, principalmente as granulométricas e as composicionais dos sedimentos fluviais dependem das condições climáticas, da intensidade de tectonismo e dos tipos de detritos supridos ao canal”, e “o volume de material suprido está condicionado à topografia do terreno e às condições climáticas da área-fonte e dos locais de transporte e sedimentação”.
O vídeo exemplifica como ocorre este processo.

"Transportes de sedimentos num rio"



As leis da hidrodinâmica comandam o transporte e deposição de sedimentos fluviais, e nesse âmbito, para se avaliar o trabalho realizado por um rio, deve-se determinar a sua energia. Um método interessante e eficaz, denominado Índice de Hack, foi criado por John T. Hack em 1973, com o objetivo de avaliar o vigor energético da rede de drenagem da bacia hidrográfica e definir áreas de anomalia que possam ser alvo de estudos geológicos, principalmente sobre a deposição de sedimentos (SALLES, 2010).



Referências

SALLES, M. M. O uso do SIG na análise morfométrica da bacia hidrográfica do rio São João (MG). Monografia (Especialização em Geoprocessamento). Programa de Pós-Graduação do Departamento de Cartografia da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2010.

SELLEY, R. C. 1985. Ancient Sedimentary Environment. 3ª ed. London: Chapman and Hall Ltd. 317p.

SUGUIO, Kenitiro. Ambiente de sedimentação e fácies sedimentares. Geologia sedimentar. Ed. Blucher. São Paulo, 2003. p 205-208. 400 p.

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